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Design em evidencia: o papel da SP-Arte 2025 na circulacao simbolica da arte e do mobiliario autoral

  • Foto do escritor: Andrea Machado
    Andrea Machado
  • 6 de abr.
  • 2 min de leitura

Na 21ª edição da SP-Arte, a seção de design reafirma o poder do mobiliário como linguagem artística e coloca o Brasil no centro de um diálogo global entre forma, função e poesia visual


+55design na SP-Arte 2025
Espaço +55design, na SP Arte 2025

Num mundo cada vez mais acelerado, marcado por algoritmos e consumo instantâneo, eventos como a SP-Arte 2025 reafirmam a importância de desacelerar o olhar — e expandi-lo.


Na sua 21ª edição, o evento — que todos os anos ocupa o icônico edifício da Bienal, no pulmão verde de São Paulo, o Parque do Ibirapuera — reuniu cerca de 180 marcas, entre galerias de arte e design.


Mas, para além dos números e da força comercial que naturalmente acompanha uma feira desse porte, é preciso falar sobre algo que muitas vezes escapa aos olhos mais apressados: o papel da SP-Arte na circulação simbólica das obras — em plena harmonia (ou provocação) com a rigidez do retângulo modernista que acolhe as rampas curvas de Niemeyer —, na construção de sentidos e na aproximação entre arte, design e público.


Espaço ,Ovo na SP-Arte 2025
Espaço ,Ovo, na SP-Arte 2025

Ao reunir artistas, galeristas, colecionadores e entusiastas de diferentes partes do globo, a SP-Arte promove não apenas trocas comerciais, mas diálogos estéticos e culturais.


E é na seção de design que essa troca ganha uma camada ainda mais instigante: o mobiliário autoral, os objetos com forte carga conceitual e as criações que desafiam a linha entre o uso cotidiano e a contemplação nos lembram que o design, assim como a arte, é expressão de tempo, lugar e pensamento.




A presença robusta do design na feira evidencia uma tendência global: um banco pode ser escultura. Uma luminária pode ser manifesto. E a SP-Arte se apresenta como o palco ideal para que essas leituras cruzadas aconteçam — diante de um público ampliado, diverso, disposto a ver, sentir e pensar com profundidade.


Espaço Etel Design, na SP-Arte 2025
Espaço Etel Design, na SP-Arte 2025

Marcas como +55design, La Lampe, Herança Cultural, Etel e ,Ovo apresentaram coleções que reafirmam o vigor e a identidade do design brasileiro.


Espaço Tidelli, na SP-Arte 2025
Espaço Tidelli, na SP-Arte 2025

A Tidelli, também brasileira, trouxe frescor e elegância à feira ao apresentar a coleção Pentagramma, assinada pelo artista italiano Francesco Maccapani Missoni, mesclando o DNA tropical da marca com a tradição italiana do design contemporâneo. 


Já a presença internacional de nomes como a italiana Paola Lenti, representada no Brasil pela Casual, reforça a dimensão cosmopolita do evento e o diálogo entre culturas criativas distintas, conectadas por uma mesma sensibilidade estética.


É fundamental reconhecer, portanto, que mais do que vitrines de consumo, eventos como a SP-Arte vêm se consolidando como plataformas de legitimação, visibilidade e conexão.


E as marcas, conscientes disso, apostam cada vez mais em espaços que favorecem o encontro entre o olhar artístico e o gesto funcional — entre a contemplação e o uso. Porque no fim, uma obra — seja ela feita para sentar ou apenas para sentir — só encontra seu sentido pleno quando é vista, interpretada e, por que não, vivida.

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